domingo, 22 de janeiro de 2012

DOR FINGIDA IX





 




   DOR FINGIDA  IX

Este teu poema que eu julguei ser meu
e que tu negaste com severidade
pareceu-me oriundo da saudade
deste nosso grande amor que não morreu.

Li nas linhas dos teus versos o lamento
de uma flor abandonada no jardim
e se as tuas rimas não são para mim
- com certeza - aumentará meu sofrimento.

Porém, minha esperança se restringe
à teoria de que o poeta finge
ser imensa dor a que deveras sente.

Mas se tu continuares a insistir
que teus versos não são meus, tu vais ouvir
de "Pessoa": - Poetisa também mente!

MARINHO GIL

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