DOR FINGIDA X
Se o meu verso agora sangra do meu peito
e uma lágrima me escorre pelo rosto,
lhe pergunto, "Seu Pessoa", que direito
tens ao afirmar que finjo o pranto posto?
Se a saudade me alucina e me corrói
me lançando na clausura deste amor,
por quê tu afirmas que esta dor não dói
sugerindo ser eu só um fingidor?
Se o meu pranto desce pelo rio afora
em busca do mar de amor, me diga agora,
como é que um poeta finge tanto?
Me perdoe novamente, "Seu Fernando"
mas é que meu coração, outrora brando,
não concorda ser fingido o imenso pranto...
MARINHO GIL
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