quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
DOR FINGIDA XX
Daquele nosso belo e tão grande amor
só restaram migalhas de uma saudade
revestidas de tamanha angustia e dor
que hão de seguir-me pr'a eternidade.
Vou sorvendo - com o peito em desalinho -
cada gole deste amor mal sucedido,
lamentando não te ter mais em meu ninho
- confessado neste meu verso fingido.
Na declaração tristonha que ora faço
mando junto - para ti - só um pedaço
dos destroços em que se formou meu ser.
Sendo assim eu vou tocando a minha vida
carregando esta minha dor tão fingida
que, em verdade, faz minh'alma perecer...
GILSON MARINHO
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