quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
DOR FINGIDA XIX
"Seu Pessoa", se esta dor que julgo ser dor de amor
e que tu me contradiz dizendo ser dor fingida
dilacera este meu ser me ofertando o dissabor
da saudade que decreta a minha rima falida...
"Seu Fernando", se este pranto é um riso disfarçado
de um poeta que anseia ter de volta o seu amor,
considero-me então um vate capacitado
a seguir na produção de dores de um fingidor...
"Seu Pessoa", o seu poema que a todo instante me diz
que eu sou um fingidor confessando-me infeliz
pela dor desta saudade que o meu ser deveras sente,
gerou - quase sem querer - esta sequência fingida
que há de acompanhar nós dois pro resto da vida
até que tu te convenças de que este poeta não mente!
GILSON MARINHO
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