Esta lágrima que brota do meu peito
e que teima em alagar os versos meus
é uma herança de um amor belo e perfeito
que, em ruínas, transformou-se num "Adeus".
Esta dor que me domina o coração
e que faz a rima ser só de saudade
faz nascer dentro de mim uma explosão
de lamento - compreender-me, ora, quem há-de?
Hoje triste e só, andando quase à toa
sigo contrariando a frase de "Pessoa"
que diz que todo poeta é fingidor
porque se o que ele diz fosse verdade
quem é que teria a capacidade
de, neste mundo, fingir tamanha dor?
GILSON MARINHO
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