quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

DOR FINGIDA XXX


              DOR FINGIDA  XXX

Esta chuva que, insistente, cai lá fora
misturando suas gotas ao meu pranto,
faz com que meu verso chore a toda hora
pela falta que me faz quem amo tanto...

Esta chuva que já virou temporal
deixando meu triste ser todo alagado
me oferece, em consequência, o torpe mal
de ter o meu coração desabrigado.

Este temporal que o meu peito invade
provocando essa enxurrada de saudade
declarada no verso de pé quebrado

me tortura feito goteira de dor
transformando este poeta fingidor
em um mísero sonhador afogado...


GILSON MARINHO

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